quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Primeira pesquisa do DeCS

Descritor Inglês: Tobacco Smoke Pollution
Descritor Espanhol: Contaminación por Humo de Tabaco
Descritor Português: Poluição por Fumaça de Tabaco
Sinônimos Português: Fumar Passivo
Poluição do Ar por Fumaça de Tabaco
Poluição Ambiental por Fumaça de Tabaco
Contaminação do Ar por Fumaça de Tabaco
Contaminação Ambiental por Fumaça de Tabaco
Tabagismo Passivo
Fumo Pasivo
Categoria: D20.633.937.680
VS2.005.006.003

Definição Português: Contaminação do ar por fumaça de tabaco.
Nota de Indexação Português: note o UP FUMO PASSIVO; doença causada por fumo passivo = doença /etiol, não /ind quim

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Derivados do tabaco

O tabaco pode ser usado de diversas maneiras de acordo com sua forma de apresentação: inalado (cigarro, charuto, cigarro de palha); aspirado(rapé); mascado(fumo-de-rolo), porém sob todas as formas ele é maléfico à saúde.

O tabaco usado para produzir cigarros é ácido e por isso, o fumante precisa tragar para que a nicotina seja absorvida nos pulmões; já o tipo de tabaco usado para cachimbo e charuto é alcalino, permitindo que a nicotina seja absorvida pela mucosa da boca. Isso explica por que os fumantes destes dois últimos não têm tanta necessidade de tragar o fumo para se satisfazer. Logo, a idéia de que os charutos são menos prejudiciais à saúde é incorreta, pois todos os produtos derivados do tabaco tem uma composição semelhante, inclusive os cigarros com mentol, filtros especiais, etc.

Dentre as principais substâncias presentes nos charutos estão a nicotina, que é uma droga psicoativa, levando o fumante à dependência química; o monóxido de carbono, que provoca doenças cardiovasculares/pulmonares; e o alcatrão, que é altamente cancerígeno. Há que se destacar que entre os fumantes de charutos as taxas de monóxido de carbono são mais altas e a saturação de oxigênio no sangue é menor que entre os fumantes de cigarros.

Você sabia?
• A fumaça dos charutos contém os mesmos compostos tóxicos do que os identificados na fumaça dos cigarros.
• Quando animais de laboratório são expostos ao alcatrão presente na fumaça de charutos, apresentam os mesmos riscos de desenvolver câncer do que os expostos à fumaça de cigarros.
• As diferenças de riscos de adoecimento entre os fumantes de charutos e de cigarros parecem ser relativas aos padrões de consumo, ou seja, como fumantes de charutos não fumam com a mesma freqüência que os fumantes de cigarros, portanto, também inalam os compostos tóxicos com menos freqüência.
• A quantidade de nicotina livre desprotonada é muito maior nos charutos do que nos cigarros, pois o pH da fumaça dos charutos é mais elevado. Esta nicotina livre é bem absorvida pela mucosa da boca e pode explicar porque os fumantes de charutos apresentam maior incidência de câncer de boca e língua.

Além disso, é fato comprovado que os não fumantes que convivem com fumantes também são agredidos pela fumaça, tornando-se fumantes passivos.

(http://www.inca.gov.br/tabagismo)

Conheça o cigarro por dentro


A fumaça do cigarro é uma mistura de aproximadamente 4.700 substâncias tóxicas diferentes; que constitui-se de duas fases fundamentais: a fase particulada e a fase gasosa. A fase gasosa é composta, entre outros por monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína. A fase particulada contém nicotina e alcatrão.

O alcatrão é um composto de mais de 40 substâncias comprovadamente cancerígenas, formado à partir da combustão dos derivados do tabaco. Entre elas, o arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, resíduos de agrotóxicos, substâncias radioativas, como o Polônio 210, acetona, naftalina e até fósforo P4/P6, substâncias usadas para veneno de rato.

O monóxido de carbono (CO) tem afinidade com a hemoglobina (Hb) presente nos glóbulos vermelhos do sangue, que transportam oxigênio para todos os órgãos do corpo. A ligação do CO com a hemoglobina forma o composto chamado carboxihemoglobina, que dificulta a oxigenação do sangue, privando alguns órgãos do oxigênio e causando doenças como a aterosclerose.

A nicotina é considerada pela Organização Mundial da Saúde/OMS uma droga psicoativa que causa dependência. A nicotina age no sistema nervoso central como a cocaína, com uma diferença: chega em torno de 9 segundos ao cérebro. Por isso, o tabagismo é classificado como doença estando inserido no Código Internacional de Doenças (CID-10) no grupo de transtornos mentais e de comportamento devido ao uso de substância psicoativa. Além disso, a nicotina aumenta a liberação de catecolaminas, causando vasoconstricção, acelerando a freqüência cardíaca, causando hipertensão arterial e provocando uma maior adesividade plaquetária. A nicotina juntamente com o monóxido de carbono, provoca diversas doenças cardiovasculares. Além disso, estimula no aparelho gastrointestinal a produção de ácido clorídrico, o que pode causar úlcera gástrica. Também desencadeia a liberação de substâncias quimiotáxicas no pulmão, que estimulará um processo que irá destruir a elastina, provocando o enfisema pulmonar.


(http://www.inca.gov.br/tabagismo)

Por que as pessoas fumam?



Vários são os fatores que levam as pessoas a experimentar o cigarro ou outros derivados do tabaco. A maioria delas é influenciada principalmente pela publicidade maciça do cigarro nos meios de comunicação de massa que, apesar da lei de restrição à propaganda de produtos derivados do tabaco sancionada em dezembro de 2000, ainda tem forte influência no comportamento tanto dos jovens como dos adultos. Além disso, pais, professores, ídolos e amigos também exercem uma grande influência.

Pesquisas entre adolescentes no Brasil mostram que os principais fatores que favorecem o tabagismo entre os jovens são a curiosidade pelo produto, a imitação do comportamento do adulto, a necessidade de auto-afirmação e o encorajamento proporcionado pela propaganda. Noventa por cento dos fumantes iniciaram seu consumo antes dos 19 anos de idade, faixa em que o indivíduo ainda se encontra na fase de construção de sua personalidade.

A publicidade veiculada pelas indústrias soube aliar as demandas sociais e as fantasias dos diferentes grupos (adolescentes, mulheres, faixas economicamente mais pobres etc.) ao uso do cigarro. A manipulação psicológica embutida na publicidade de cigarros procura criar a impressão, principalmente entre os jovens, de que o tabagismo é muito mais comum e socialmente aceito do que é na realidade. Para isso, utiliza a imagem de ídolos e modelos de comportamento de determinado público-alvo, portando cigarros ou fumando-os, ou seja, uma forma indireta de publicidade. A publicidade direta era feita por anúncios atraentes e bem produzidos, mas foi proibida no Brasil. Com a Lei 10.167, que restringe a propaganda de cigarro e de produtos derivados do tabaco, esse panorama tende a mudar a médio e longo prazo.

Os resultados das medidas de restrição à publicidade no controle do tabagismo em vários países mostram que este é um instrumento legítimo e necessário para a redução do consumo.

(http://www.inca.gov.br/tabagismo)

Doenças associadas ao uso dos derivados do tabaco


Muitos estudos desenvolvidos até o momento evidenciam sempre o mesmo: o consumo de derivados do tabaco causa quase 50 doenças diferentes, principalmente as doenças cardiovasculares (infarto, angina) o câncer e as doenças respiratórias obstrutivas crônicas (enfisema e bronquite).

Além disso, esses estudos mostram que o tabagismo é responsável por:


  • 200 mil mortes por ano no Brasil (23 pessoas por hora);

  • 25% das mortes causadas por doença coronariana - angina e infarto do miocárdio;

  • 45% das mortes causadas por doença coronariana na faixa etária abaixo dos 60 anos;

  • 45% das mortes por infarto agudo do miocárdio na faixa etária abaixo de 65 anos;

  • 85% das mortes causadas por bronquite e enfisema;

  • 90% dos casos de câncer no pulmão (entre os 10% restantes, 1/3 é de fumantes passivos);

  • 30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer (de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo de útero);

  • 25% das doenças vasculares (entre elas, derrame cerebral).

O tabagismo ainda pode causar:



  • impotência sexual no homem;

  • complicações na gravidez;

  • aneurismas arteriais;

  • úlcera do aparelho digestivo;

  • infecções respiratórias;

  • trombose vascular.

As doenças cardiovasculares e o câncer são as principais causas de morte por doença no Brasil, sendo que o câncer de pulmão é a primeira causa de morte por câncer. As estimativas sobre a incidência e mortalidade por câncer no Brasil, publicadas anualmente pelo INCA indicam que, em 2003, 22.085 pessoas deverão adoecer de câncer de pulmão (15.165 entre homens e 6.920 entre mulheres) causando cerca de 16.230 mortes. Desse total de óbitos, 11.315 deverão ocorrer entre os homens e 4.915 entre mulheres.


Porém, ao parar de fumar, o risco de ter essas doenças vai diminuindo gradativamente e o organismo do ex-fumante vai se restabelecendo.


(http://www.inca.gov.br/tabagismo)